quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Entrevista de Higor Jorge na TV Mega


Caros colegas
no dia 21 de setembro fui entrevistado pelo amigo Gilberto Musto da TV Mega.
Falei sobre polícia civil, segurança pública, criminalidade e polícia comunitária.
Clique no link abaixo para assistir a entrevista: http://www.sistemamega.com/ver_materia.php?id=7968
Um Fraternal Abraço,

Higor Vinicius Nogueira Jorge
www.higorjorge.com.br
http://delegadosdepolicia.blogspot.com

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

POLÍCIA CIVIL DE LINS PRENDE 30 QUILOS DE MACONHA COM CRIMINOSOS QUE FORNECIAM MACONHA PARA TRAFICANTES

Na tarde do dia 10 de setembro de 2009 policiais civis da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes de Lins (DISE) com o apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Delegacia de Polícia de Guaiçara e do Centro de Inteligência Policial da Seccional de Lins (CINPOL) prenderam três pessoas que praticavam a distribuição de maconha para traficantes de Lins e região.


Foram presos H.L.O., de 20 anos, T.C.C., de 22 anos e M.R.A., de 42 anos. Em poder dos autuados foram encontrados 31 tijolos prensados de maconha, totalizando aproximadamente 30 quilos, dois aparelhos celular, uma balança marca FILIZOLA, com capacidade para até 150 quilos, duas balanças digitais de precisão, R$ 3.070,00 reais, quatorze dólares e um veículo VW/SAVEIRO que era utilizado nas entregas de drogas para traficantes.


No momento em que foi realizada a abordagem, em uma propriedade rural em Guaiçara, H.L.O. e T.C.C. iriam entregar um tijolo de maconha para ser revendido por M.R.A.. Ao perceber os policiais civis, o autuado H.L.O. tentou fugir correndo, mas foi alcançado. No veículo usado pelos autuados foram encontrados diversos tijolos de maconha. Nas residências dos autuados foram encontrados tijolos de maconha e balanças para pesar drogas.


Mesmo após a prisão o celular de um dos criminosos tocou diversas vezes, pois muitas pessoas ligavam para comprar drogas. Que uma das pessoas que ligou foi detida e nas Dependências da DISE confessou que ligou para adquirir drogas do autuado H.L.O. que lhe fornece drogas há alguns meses.
De acordo com o delegado de polícia da DISE, Higor Vinicius Nogueira Jorge, os criminosos estavam sendo investigados pelos policiais civis da DISE há aproximadamente um mês e graças a atuação conjunta das várias Unidades Policiais da Delegacia Seccional de Polícia de Lins foi possível prender os criminosos com grande quantidade de maconha que seria usada para abastecer diversos traficantes.

A ILUSÃO DAS DROGAS - MACONHA

por Higor Vinicius Nogueira Jorge

INTRODUÇÃO
Em razão do convívio, em minha atuação profissional, com dependentes, ex dependentes químicos e pessoas que ainda estão tentando sair desse caminho tortuoso que é a dependência das drogas resolvi pesquisar sobre as principais drogas, suas características e efeitos.

1- MACONHA
Esta semana vou falar um pouco sobre a maconha que é uma substância conhecida há pela menos 5.000 anos e foi nomeada em 1735 pelo botânico Carl Lineu como Cannabis sativa.
Os usuários da maconha utilizam diversos apelidos para denominar a droga, os apelidos mais conhecidos são: erva, pacau, baseado, charão, fininho, finório, hemp, beck, abangue, bagulho, birra, diamba, fuminho, fumo, gererê, marijuana, haxixe, skank, marola, camarão, taba, beck, bagana, bagulho, cachimbo da paz, capim seco, mato, paranga, etc.
A maconha é considerada a droga ilícita (proibida, ilegal) mais utilizada em todo o mundo. A planta excreta grande quantidade de uma resina composta por diversas substâncias e uma delas é o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) que proporciona boa parte dos sintomas nos seus usuários .
De acordo com estudos científicos a maconha vicia e o seu uso provoca a tolerância (cada vez o usuário quer mais droga) e a síndrome de abstinência (conjunto de sintomas que acometem o dependente que suspenda bruscamente o uso de drogas).
O consumo da maconha não leva a outras drogas, porém quando o usuário passa a utilizar outras drogas na maioria das vezes ele fez uso da maconha.
Observa-se que o consumo da droga ocorre muitas vezes em grupos ou rodas de amigos em que cada um dos participantes fuma um pouco. Aqueles “canabistas” mais experientes influenciam amigos a experimentar. O consumo da maconha é estimulado também por músicas, símbolos e certos objetos que façam alusão ao seu consumo, como bonés, camisetas e pulseiras.
A fumaça do baseado de maconha é absorvida rapidamente pelos pulmões do usuário e logo depois os seus olhos ficam avermelhados, a boca seca e o coração disparado. O usuário fica excitado e fisicamente agitado. Se a quantidade de THC for pequena ele passa a rir sem motivos, se for maior ele fica “chapado”, com os olhos parados, perde a vivacidade e passa a falar devagar.
Outra característica do usuário de maconha é que aumenta o apetite e passa a ter vontade de ingerir, principalmente doces. Os consumidores de maconha chamam isso de larica.
A pessoa ao usar maconha fica sob seus efeitos de duas a quatro horas.
O usuário passa a tentar disfarçar o vício fazendo uso de colírios, balas e chicletes fortes, perfumes nos cabelos e mãos, amassam ervas com cheiros fortes com os dedos para disfarçar o cheiro de maconha nas mãos, tapam as soleiras das portas para não sair a fumaça se estiver fumando no interior de seu quarto, ligam o chuveiro para produzir vapor e eliminar a fumaça, acendem incensos e pulverizam perfumes fortes para disfarçar o cheiro.
O principal efeito decorrente do uso crônico da maconha é que deixa a pessoa sem vida, sem ambições, conformado com tudo e muito agressivo quando contrariado. Constantemente observamos filhos que agridem os pais em razão dos genitores não concordarem com o vício ou não entregarem dinheiro para sustentar o vício.
O usuário de maconha perde parte da motivação para viver, podem surgir quadros de ansiedade, depressão, pânico e quadro psicótico, semelhantes a esquizofrenia paranóide.
Há provas científicas que caso o usuário da maconha tiver uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente ou a doença apareceu, mas está controlada com medicamentos adequados, a maconha piora o quadro. Assim, a droga faz surgir a doença ou neutraliza o efeito do medicamento e os sintomas da enfermidade mental reaparecem .
Também há dificuldades para lidar com frustrações e sua capacidade de diálogo, atenção, concentração, produção e relacionamento pioram muito.
A maconha diminui as defesas contra infecções, afeta testículos e ovários aumentando a chance de ocorrer infertilidade e altera o funcionamento do cérebro.
Pode ocorrer também o “flashback”, ou seja, os sintomas ressurgem como se o usuário tivesse usado maconha outra vez, sem tê-la usado.
De acordo com estimativas, fumar quatro cigarros de maconha por dia tem o mesmo poder cancerígeno do que fumar vinte cigarros comuns por dia.
De acordo com pesquisa realizada em dez capitais do país, entre estudantes da rede estadual de ensino, o uso de maconha tem aumentado. Em 1987, 2,8% dos estudantes de quinta série ao ensino médio relatavam que já haviam usado maconha, em 1989 a porcentagem aumentou para 3,4%, em 1993 para 4,5% e em 1997, foi para 7,6%. Nos Estados Unidos o problema da maconha é mais grave ainda, pois mais de um terço da população (34,2%) já usou maconha .
Pelo exposto concluímos que a família, entidades religiosas, imprensa, clubes de serviço, associações, conselhos municipais, organizações governamentais e não governamentais, enfim, a sociedade como um todo deve disseminar uma mensagem de preocupação com a maconha e com outras drogas lícitas e ilícitas, pois seus efeitos são extremamente nocivos para quem usa essa droga nefasta e também para todos que convivem com essas pessoas.
No próximo artigo vou falar sobre o álcool.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
TIBA, Içami. Juventude & drogas: anjos caídos. São Paulo: Integrare, 2007, p. 281.
PERCÍLIA, Eliene. Maconha. Brasil Escola. Disponível em: . Acesso em: 07 set. 2009.
Livreto Informativo sobre Drogas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID e Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD, 2004. p. 47.
MARLATT, Beatriz Carlini. Drogas: Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes. Série Por dentro do assunto. Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, Brasília-DF, 2004, p. 11-12.

HIGOR VINICIUS NOGUEIRA JORGE é Delegado de Polícia da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes de Lins (DISE-LINS), professor de análise de inteligência policial da Academia da Polícia Civil e especialista em polícia comunitária. Site: www.higorjorge.com.br